A propriocepção foi inicialmente definida como a capacidade de reconhecimento e localização espacial do corpo em relação à sua posição e orientação, provenientes de informações dos sensores aferentes. Atualmente, essa definição foi atualizada, sendo considerada uma função sensorial especializada que inclui a sensação de movimento (cinestesia), a posição articular, e a força muscular. Ela possui papel crucial para a estabilidade articular, controle postural e motor, sendo essencial para o funcionamento adequado das estruturas articulares durante a realização de atividades do cotidiano e para a prática de esportes. Essa “sinalização” é transmitida até o sistema nervoso central através de uma grande variedade de receptores sensoriais, encontradas nas estruturas que compõe a articulação do joelho, incluindo cápsula articular, meniscos, ligamentos, tendões e músculos. Dentre eles podemos destacar as terminações nervosas livres, corpúsculos de Pacini, terminações de Ruffini, receptores de Golgi e o fuso muscular.

Quando sofremos um trauma no joelho que resulte na lesão de uma das estruturas acima listadas, perdemos parte dessa “sinalização” da nossa articulação, sendo fundamental que durante a reabilitação fisioterápica da lesão  (pós operatória ou não), se dê uma atenção especial ao treinamento proprioceptivo dessa articulação.

Uma grande variedade de estudos vêm demonstrando a associação da presença de déficits proprioceptivos em certos indivíduos e o surgimento de lesões na prática esportiva, principalmente na articulação do JOELHO. Com isso vários centros especializados em medicina esportiva em todo mundo têm se aprofundado no e estudo e desenvolvimento de terapias fisioterápicas visando o aprimoramento proprioceptivo específico para cada esporte, baseado nos gestos esportivos mais comuns naquela prática, diminuindo assim a incidência de lesões.